Conflitos e Tensões no mundo atual

O mundo pós-Guerra Fria é bastante diferente daquele que se configurou após a Segunda Guerra Mundial. As relações entre os Estados ficaram mais complexas, e novos focos de atrito passaram a exigir formas originais de tratamento por parte da comunidade internacional. As tensões e conflitos no Oriente Médio, África Subsaariana, Índia, Afeganistão, Haiti, Bolívia e Colômbia são exemplos dessa nova configuração mundial.


Ásia: um continente explosivo

No continente asiático, os nacionalismos exacerbados, os embates entre diferentes etnias e a influência religiosa estão entre os fatores que desencadeiam ondas de intolerância e massacres como os que têm ocorrido no Afeganistão e no Oriente Médio.

AFEGANISTÃO

Cronologia

Sobre al-qaeda

Atentado de 11 setembro


PALESTINA

A disputa pela região da palestina começa com os primeiros grupos de pastores, agricultores e pescadores, por volta de 3500 a.C. A partir daí, vários povos – como: cananeus, hebraicos, egípcios, assírios, caldeus, persas, gregos, romanos e judeus – se destacaram nessa disputa até 70 d.C. dando origem a episódios como o Êxodo dos hebreus e a Diáspora do povo judeu. No século V, a região da Palestina pertencia ao Império Romano do Oriente, que mais tarde, no século VII, perderia a região para os árabes muçulmanos que se incorporariam ao Império Turco.

Após a Primeira Guerra Mundial, os países europeus passaram a dominar a área e em 1918, a Grã-Bretanha passou a ficar responsável pela Palestina. Por uma infeliz coincidência, o território foi prometido tanto para os judeus, quanto para os árabes, fato que deixou o povo árabe insatisfeito por receberem menor parte das boas áreas para cultivo. Com a Segunda Guerra Mundial essa tensão entre os dois povos se tornou maior com a emigração judaica para a Palestina, devido à perseguição alemã.


Em 1948, a ONU ganha a administração da região, dividindo a Palestina em duas partes. Desde a criação do Estado de Israel, no mesmo ano, o Oriente Médio vem sendo palco de confrontos entre israelenses, palestinos e árabes por terra e poder além de diferenças religiosas.

A PRIMEIRA GUERRA ENTRE ÁRABES E ISRAELENSES

Teve inicio com a recusa árabe à partilha da Palestina, determinada pela ONU. A guerra envolveu, Israel, Egito, Iraque, Jordânia, Líbano, Síria e Arábia Saudita. Com a vitória de Israel, as terras foram redistribuídas e um imenso número de refugiados palestinos ficou sem um território, o que complicou ainda mais a paz na região e provocou a Diáspora palestina.

GUERRA DE SUEZ

Em outubro de 1956, Israel – apoiado pela França e Grã-Bretanha – declarou guerra ao Egito pelo controle do canal de Suez, para reabrir o porto de Eilat, no Golfo de Ácaba e viabilizar projetos de irrigação do Deserto de Neguev, além de restabelecer os interesses financeiro e geopolíticos franco-britânicos. Mesmo ganhando a guerra, mais tarde, Israel foi forçado pela ONU a recuar as fronteiras.

AL FATAH

Na década de 1950, a classe média exilada, que tinha maior acesso à participação política, começou a se organizar na luta contra Israel, nascia então o grupo político-militar denominado Al Fatah. O grupo começou a tomar corpo entre 1956 e 1959 e caracterizou-se como um movimento anti-sionista e antiimperialista.

GUERRA DOS SEIS DIAS

Com a criação do Al Fatah a tenção entre palestinos e judeus atingiu níveis críticos com ataques terroristas e retaliações. O conflito envolveu a Síria, Jordânia e o Egito, que ordenou a retirada das tropas da ONU de suas terras, bloqueando novamente o Golfo de Ácaba e o porto de Eilat.

Israel saiu vitorioso e conquistou a Península do Sinai, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e as colinas sírias de Golã.

GUERRA DO YOM KIPPUR

Envolvendo novamente Egito, Síria e Israel, foi um ataque surpresa, desferido pelos sírios e egípcios durante o feriado judeu chamado Yom Kippur (Dia do Perdão), contra as áreas ocupadas pelos israelenses desde 1967. O conflito teve fim com a interferência dos Estados Unidos, União Soviética e da ONU. Mesmo assim os israelenses não devolveram os territórios conquistados nas guerras anteriores.

O PETRÓLEO SE TRANSFORMA EM ARMA

Com a utilização do petróleo como arma pelos Estados Árabes a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) boicotou o fornecimento aos países que apoiavam Israel, paralelamente, por conta da guerra, o preço do barril de petróleo aumentou, causando uma crise econômica de grandes proporções, fazendo com que Arafat mudasse sua estratégia e convencendo a ONU a reconhecer a OLP (Organização para a Liberação da Palestina) como membro observador.

A INTIFADA

Em 1987, em Gaza, uma rebelião popular, contra os soldados israelenses, explodiu após o atropelamento e a morte de quatro palestinos por um caminhão militar israelense. Adolescentes munidos de paus e pedras enfrentaram tanques, bombas de gás e balas de borracha do exercito israelense. O que chamou a atenção do Conselho de Segurança da ONU, condenando a repressão israelense.

Tal fato influenciou a opinião mundial a favor da OLP. Em 1988, o Conselho Nacional Palestino proclamou o Estado Independente da Palestina, e reconheceu a existência do Estado de Israel, declarando também, sua rejeição ao terrorismo e seu interesse em uma conferência internacional de paz.

TENTATIVAS DE PAZ

  • 1993 – Israel e a OLP chegam a um primeiro acordo sobre a autonomia palestina;
  • 1994 – Arafat volta para a Palestina e forma, em Gaza, a Autoridade Palestina;
  • 1995 – Itzhak Rabin e Yasser Arafat assinam, em Washington, um acordo sobre a extensão da autonomia palestina na Cisjordânia. No fim desse mesmo ano Itzhak Rabin é assassinado por um militante religioso israelense de extrema-direita;
  • 1996 – É realizada uma reunião de cúpula em Washington entre o presidente Bill Clinton, Yasser Arafat, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o rei Hussein, da Jordânia;
  • 1997 – Israel aceita retirar parte de suas tropas da Cisjordânia;
  • 1998 – As negociações entre Israel e palestinos resulta no acordo de Wye Plantation. Ocorrendo a segunda retirada militar israelense, a libertação de 750 prisioneiros palestinos e a transferência de autoridade civil sobre 21% da Cisjordânia para os palestinos;
  • 1999 – O primeiro-ministro israelense Ehud Barak e Arafat assinam uma renegociação dos acordos de Wye Plantation, havendo uma retirada israelense da Cisjordânia;
  • 2000 – Fracassa a reunião de cúpula palestino-israelense para relançar negociações de paz. O papa João Paulo II fez um apelo contra a violência que resultou em um acordo entre palestinos e judeus. O presidente dos EUA apresenta proposta de paz, rejeitada pelos palestinos que eram contra a eleição de Ariel Sharon para primeiro-ministro de Israel;
  • 2002 – Ocorrem os ataques israelenses contra territórios palestinos e aumenta a freqüência de ataques dos homens-bomba palestinos contra Israel;
  • 2004 – Morre o líder palestino Yasser Arafat;
  • 2005 – Mahmoud Abbas, candidato do movimento nacionalista Fatah é eleito como líder da Palestina. O que deixou as lideranças israelenses otimistas com a crença de que Mahmoud Abbas tinha interesse em negociar a paz.

CORÉIAS

A tensão entre Coreia do Sul e Coreia do Norte tem origem na divisão de poder global após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) quando os Estados Unidos ficaram com o sul e a União Soviética estabeleceu suas tropas no norte.

Em 1950, os norte-coreanos decidiram tentar unificar as Coreias por meio de uma declaração de guerra ao Sul. Começava ali a Guerra da Coreia (1950-1953). O conflito foi encerrado com ambos os lados voltando para os limites do paralelo 38, a linha que marcava a divisão entre os territórios comunistas e capitalistas. Apesar do Tratado de Pan-munjom, um acordo de paz nunca foi estabelecido, e as Coreias continuam oficialmente em guerra até hoje.

Mais recentemente, em março de 2010, um ataque de um submarino norte-coreano provocou o afundamento de um navio militar da Coreia do Sul, matando em torno de 46 militares. Parte da agressividade da Coreia do Norte pode ser atribuída à chantagem militar do governo norte-coreano, liderado pelo ditador Kim Jong-il, que é incapaz de suprir todas as necessidade de sua população.

O ataque mais atual da Coreia do Norte aos sul-coreanos, em 23 de novembro desse ano, à ilha de Yeongpyeong, no Mar Amarelo, matando dois militares e também deixando 20 feridos (3 deles civis), quatro dos militares feridos ficaram em estado grave. Vários projéteis norte-coreanos caíram sobre a ilha e outros no mar, segundo o comando militar de Seul. O Exército sul-coreano revidou ao ataque com caças de combate F-15 e F-16 após as autoridades qualificaram a ação como uma "clara provocação militar" e disseram que, se houver provocação similar, haverá uma "dura represália". Esse foi um dos maiores bombardeios desde 1950.

A Coréia do Norte alega que os sul-coreanos começaram a atirar, mas não entraram em detalhes sobre como teria sido o ataque inicial.

A tensão entre os dois países tinha aumentado nos últimos dias, depois que um cientista norte-americano afirmou que a Coreia do Norte constrói instalações para enriquecer urânio que poderiam ser utilizadas rapidamente para fins bélicos.


Guerras no Líbano

Por tradição, o poder no Líbano era distribuído com base em critérios religiosos, entre os cristãos maronitas, sunitas, xiitas, cristãos ortodoxos e drusos. Esse “equilíbrio” foi abalado com alto número de refugiados palestinos no Líbano, fazendo com que cada grupo religioso reagisse de uma forma. Apesar das tentativas da ONU para acalmar os ânimos, em 1975, estoura a guerra entre as facções religiosas. Os sírios decidiram intervir a favor dos maronitas, o que causou protestos dos árabes e a intervenção dos EUA, França e União Soviética, que organizaram o Encontro de Riad, na Arábia Saudita que obrigou a Síria a sair do Líbano.

No ano seguinte, o assassinato de Kamal Jumblatt deu origem a uma nova onde de violência e a invasão de Israel ao Líbano. Nos anos 1990, como fim da guerra, iniciou-se o processo de reconstrução da economia, cidades e infra-estrutura do Líbano. Nos anos seguintes Israel e a Síria retiraram seus soldados do país, porém, na fronteira com Israel, bases do Hezbollah haviam se fixado com o intuito de destruir o estado de Israel para construir o Estado palestino no lugar.

Preocupado com o contínuo crescimento do Hezbollah, Israel deu início a guerra contra o Líbano, supostamente, para destruir bases do grupo, matando milhares de civis inocentes. Novamente a ONU, intercedeu e propôs um cessar-fogo.


Tensões no Irã e no Iraque

Em 1935, Reza Pahlevi, altera o nome do país de Pérsia para Irã, contrapondo-se à influência russa e britânica e aproximando-se da Alemanha. Em 1941 a União Soviética entra no conflito ao lado dos britânicos e derrubou Reza Pahlevi, mais tarde, o primeiro-ministro Mohammad Mossadegh nacionalizou o petróleo e contrariou os interesses norte-americanos, que enviaram uma equipe da CIA (Agência Central de Inteligência) para derrubar Mossadegh e abrir as portas pra influência direta dos EUA.

Em 1975 foi instituído o unipartidarismo, intensificando a oposição a monarquia. Com a intensificação dos protestos, aiatolá Ruholá Khomeini, líder religioso xiita exilado do Irã desde 1963, assumiu o poder e o Irã tornou-se uma república islâmica.


Guerra Irã-Iraque

O radicalismo xiita do Irã alertou o presidente do Iraque, Saddam Hussein, seguidor da seita sunita, que se aproveitou da fragilidade política do Irã para declarar guerra aos iranianos atrás de petróleo e contole moral contra a influência xiita no Iraque. No entanto, o Irã resistiu e a guerra se arrastou por 8 anos.

A GUERRA DO GOLFO

O Iraque invadiu o Kuwait acusando o país de causar uma baixa no preço do petróleo e vender acima da cota estabelecida pela Opep, pedindo também uma indenização, além de territórios kuwaitianos, para compensar o prejuízo econômico. Com a invasão, o presidente dos EUA, George Bush enviou tropas para o Golfo Pérsico enquanto a ONU decretava boicote econômico ao Iraque, fazendo com que Hussein ordenasse a prisão de todos os estrangeiros residentes no iraque.

Com a autorização da ONU, os americanos iniciaram os bombardeios contra as forças iraquianas, que destruíram o Kuwait. Por sua vez, o Iraque bombardeou Israel e a Arábia Saudita, aliados dos EUA. Em 1991, as forças de coalizão invadiram o Kuwait e o sul do Iraque fazendo Hussein assinar o cessar-fogo.

UMA NOVA GUERRA CONTRA O IRAQUE

A tensão entre os EUA e o Iraque continuou. Os EUA afirmaram que Irã, Iraque e Coréia do Norte formavam o “eixo do mal” por desenvolver armas de destruição em massa. Mesmo, os três países, rejeitando a acusação, o serviço secreto norte-americano tentou derrubar o governo de Hussein.

Ao mesmo tempo em que os EUA pressionava a ONU para desarmar o Iraque e ameaçou atacar Bagdá se o Iraque não destruísse suas armas. Em 2003, a força de coalizão anglo-americana atacou o Iraque e avançou rumo a Bagdá, tomando a capital e ganhando a Autoridade Provisória, dada pela ONU. Em 2005 os iraquianos escolheram os integrantes da Assembléia Nacional para elaborar uma nova Constituição, além de escolher os integrantes de mais 18 assembléias e do parlamento curdo.

Mesmo com tudo isso, o país não ficou estável e mergulhou em uma violenta guerra civil entre sunitas e xiitas, chamada pelos EUA de Segunda Guerra do Iraque, em que estes assumiram o papel de comandantes de um mundo “livre e democrático”. Constatou-se depois que o Iraque não possuía nenhuma das armas que motivaram a invasão anglo-americana.


Índia versus Paquistão: A guerra pela Caxemira

A disputa da Caxemira entre Índia e Paquistão vem ocorrendo desde a criação dos dois países. O Paquistão se formou a partir de uma maioria muçulmana, a Índia permaneceu dominada pelos hindus.

Entre 1947 e 1948 ocorreram os primeiros conflitos pela disputa da Caxemira. O resultado foi a divisão, liderada pela ONU, em 1949, de uma parte da Caxemira para a Índia e outra para o Paquistão.

Em 1990 os conflitos se intensificaram motivados pelo radicalismo crescente dos guerrilheiros paquistaneses e, no lado indiano, pelo acirramento da repressão militar e do fundamentalismo hindu.

A tensão na Caxemira serviu de justificativa para que a Índia e Paquistão militarizassem suas fronteiras e, mesmo sendo países com enormes taxas de pobreza, gastassem muito dinheiro com tecnologias bélicas. Índia e Paquistão dispõem de bombas atômicas. Atualmente, a Índia tem 65 bombas atômicas, e o Paquistão, 40.

O conflito está longe de se resolver, uma vez que as motivações não são apenas questões territoriais, mas também diferenças religiosas.


África: estudos de caso

Grande parte do continente africano é cenário de profundos conflitos sociais, econômicos políticos e étnicos. Os problemas que atingem a maioria dos países africanos refletem em grande parte da herança colonial, que desequilibra as economias locais e gera conflitos entre grupos sociais e políticos.


África do Sul

Os europeus chegaram à região em 1487. Durante o século XVII, a área foi povoada por protestantes holandeses, franceses e alemães. Esses colonos brancos, denominados bôeres ou africânderes, fixaram-se na região e desenvolveram uma língua própria derivada do holandês, o africâner.

A partir de 1913, a minoria branca, composta de africânderes e descendentes de britânicos, promulgou uma serie de leis que consolidaram seu poder sobre a maioria negra. Em meados do século XX, o Partido Nacional (PN), basicamente africânder, chegou ao poder e estabeleceu uma política ainda mais abrangente e rigorosa de segregação racial, o apartheid (separação, em africâner). O apartheid impediu o acesso dosnegros à propriedade da terra e à participação política, alem de obrigá-los a viver em zonas residenciais separadas dos brancos. Também os casamentos e as relações sexuais entre brancos e negros foram proibidos.

O regime racista da África do Sul entrou em crise no final dos anos 1970 e inicio dos anos 1980, em decorrência do fim do império colonial português, em 1974-1975, e da queda do governo de minoria branca na Rodésia (atual Zimbábue) em 1980. Em 1984, uma revolta popular contra o apartheid levou o governo a decretar a lei marcial. A comunidade internacional reagiu à medida, e a ONU declarou sanções à África do Sul, uma forma de pressão para forçar o fim do apartheid.

Em 1992, num plebiscito realizado somente por brancos, sessenta e nove por cento dos votantes se pronunciaram a favor do fim do apartheid.

Em maio de 1994, Nelson Mandela, eleito presidente da África do Sul pelo CNA, tomou posse do cargo. Essa organização juntou-se ao PN, formando o primeiro governo multirracial do país.

Em novembro de 1994, o parlamento aprovou a Lei de Direitos sobre a Terra, restituindo propriedades às famílias negras atingidas pela Lei das Terras Nativas. Em 1995 a Comissão de Reconciliação e Verdade (CRV) foi criada para investigar e julgar crimes contra os direitos humanos praticados durante a vigência do apartheid.

Em 1997, Nelson Mandela renunciou à liderança do CNA , mas permaneceu no cargo de presidente até junho de 1999, quando foi substituído por Thabo Mbeki, eleito presidente da África do Sul.

ANGOLA, UM PAÍS DILACERADO

A colonização portuguesa em angola transformou a área em fonte fornecedora de escravos para o Ocidente.

Na década de 1960 cresceu a resistência ao colonialismo português, organizada pela UPA (União dos Povos Angolanos). Mas a luta anticolonial logo se dividiu em três grupos, caracterizados por diferenças étnicas e ideológicas: o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola); a FNLA (Frente Nacional para a Libertação de Angola) e a Unita (União Nacional para a Independência Total de Angola)

O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA

Após a Revolução dos Cravos, o novo governo português anunciou um plano de descolonização de Angola. Assinado em 1975, o Tratado de Alvor, previa um governo de transição naquele país. Não obstante, o acordo resultou em uma sangrenta guerra civil entre as facções.

Concomitantemente, soldados cubanos ajudaram o MPLA a manter o domínio sobre a capital. Portugal saiu formalmente de Angola, porém não reconheceu nenhum dos grupos como governo, o que favoreceu a ascensão do líder do MPLA, Agostinho Neto.

O IMPASSE ANGOLANO

Em 1979, com a morte de Agostinho Neto, José Eduardo dos Santos, também do MPLA, assumiu a presidência. Em 1988, um acordo assinado define a retira as tropas cubanas. Ao terminar a retirada, o governo do MPLA e a Unita assinaran um acordo de paz e convocaram eleições, que aconteceram na presença de observadores internacionais que reconheceram a vitória de José Eduardo dos Santos para presidência, Jonas Savimbi, líder da Unita, não aceita a derrota e reinicia a guerra civil.

O ACORDO DE LUSAKA

Em 1994, em Lusaka, o MPLA e a Unita assinaram um novo acordo de paz, a ONU confirma que cerca de 81% dos soldados da Unita haviam deposto as armas. Mas Jonas Savimbi, permaneceu com seus homens e recusou-se a entregar o controle das áreas de exploração de diamantes.

Em 1998 a ONU reconheceu que a Unita ainda estava em atividade e proibiu que atuassem no governo e na Assembléia Nacional.

Em abril de 2002, os comandantes das Forças Armadas de Angola e a Unita assinaram um cessar-fogo, acabando com a guerra civil que ainda faz vítimas com merca de 12 milhões de minas terrestres que continuam matando e mutilando a população.

A proposta previu a integração dos guerrilheiros da Unita ao Exército e â polícia angolanos mesmo contrariando a ONU. O desafio do governo agora é a reconstrução do país, valendo-se de diamantes e petróleo para contratar empresas estrangeiras que atuam na recuperação de todos os setores.


América Latina

HAITI

A história do Haiti é marcada por sucessivos golpes de Estado e governos autoritários, além de viver 30 anos sob a ditadura da família Duvalier, com o apoio dos Estados Unidos, que deixaram uma herança de miséria, bandos armados e corrupção institucionalizada. Sob o olhar atento da comunidade internacional o padre Jean-Bertrand Aristide foi eleito e deposto logo em seguida com um golpe liderado pelo general Raoul Cédras.

Em 1993, Aristide assinou um pacto com Cédras em Nova York prevendo seu retorno ao cargo, após sansões econômicas impostas pela ONU e EUA. Com isso conseguiu governar até o final do mandato, foi reeleito, porém, crises políticas e econômicas enfraqueceram sua liderança irreversivelmente. Com a saída de Aristide, o chefe do Judiciário, Alexandre Boniface, assumiu. Com os saques e tumultos no Haiti, o Brasil foi designado pela ONU para liderar uma força de paz para assegurar a ordem, desmantelar as milícias locais, dar segurança e proteção aos civis, garantir restauração do Estado democrático e monitorar o cumprimento dos direitos humanos.

BOLÍVIA

Tem a economia baseada principalmente na exportação de produtos primários para a vários países da américa. Em 1985, o presidente Victor Paz Estenssoro, promulgou uma lei abrindo os mercados ao comércio internacional, seguindo assim, a “racionalização” das empresas públicas. Ao longo dos anos 1990os recursos naturais, assim como os serviços básicos firam privatizados.

Em 2000 as ondas de protestos, greves de fome, ocupações de estradas e insurreições comaram conta do país. Os setores populares iniciaram então um novo período de lutas com a formação de movimentos de esquerda, possibilitando a vitória de 41 deputados indígenas filiados ao MIP (Movimento Indígena Pachacuti) e ao MAS (Movimento ao Socialismo), nas eleições de 2002.

Em 2003, Golzalo Sánchez de Lozada foi eleito presidente da República, causou violentos protestos nas ruas da Bolívia ao publicar um projeto de exportação de gás natural para os EUA e México. Foi substituído pelo vice-presidente Carlos Mesa, que também renunciou por não atender as reivindicações populares.

UM INDÍGENA NA PRESIDÊNCIA

O avanço dos movimentos populares, na Bolívia, resultou, em 2005, na eleição de Evo Morales como presidente, contando com grande apoio dos pobres e indígenas. Em 2006, cumprindo suas promessas, Evo nacionalizou as refinarias de petróleo e de exploração de gás, mais tarde, formalizando a compra das refinarias e colocando um fim ao impasse promovido durante o anúncio da nacionalização.

COLÔMBIA

O conflito colombiano é protagonizado por guerrilheiros, narcotraficantes e paramilitares que lutam entre si e contra as Forças Armadas. As causas desse conflito iniciam-se nos anos 1930, onde surgiram novas propostas para atuação dos governantes para alcançar o progresso.

Na Colômbia, a aliança entre o governo e os EUA, impediu que essas propostas fossem implementadas, o que gerou a formação de grupos armados que defendiam a urgência da implementação de um pacote de reformas. Houve repressão por parte do governo com o apoio dos EUA, conhecido como La violência.

Na década de 1960, o movimento popular passou a contar com três grupos guerrilheiros: Farc (Forças Armadas Revolucionárias), ELN (Exército de Liberação Nacional) e EPL (Exército Popular de Libertação). O Presidente eleito em 2002 e reeleito em 2006, Álvaro Uribe, não têm conseguido sucesso em acabar com o conflito, deixando a conquista da paz na Colômbia longe de ser uma realidade.

BRASIL

A guerra entre polícia e traficantes, no Rio de Janeiro, vem se intensificandos cada vez mais, principalmente após a cidade ser escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 2016 e uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. Em 26 de novembro a guerra recebeu o reforço de 800 homens do Exército e 300 da Polícia Federal, totalizando 2.600 homens das Forças Armadas e das polícias Militar, Civil e Federal, o objetivo da ação foi tomar o Complexo do Alemão, até então, dominado pelos traficantes. Após o isolamento e fechamento do cerco do Complexo para evitar as fugas dos traficantes, a tomada de território aconteceu, no dia 28 de nsovembro (domingo) pela manhã, sendo feita pelas 40 entradas do Complexo com blindados levando atiradores do Bope para abrir caminho para o restante do contingente.

Em um território onde ninguém arriscava entrar, a apreensão é grande. Conforme a polícia avançava no Complexo, ia descobrindo fortalezas do tráfico, com armas e drogas em enormes quantidades, além de hospitais improvisados, para atender os bandidos feridos. s

Trabalho feito por alunos do 3º ano ''D''

Alunos: Raíssa Costa, Moises , Jhonatan , Jessica e Ailton.

Matéria: História

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